Outubro Rosa


Um pouco sobre o seu surgimento
O movimento internacional do Outubro Rosa é apoiado por todo o mundo. O nome está vinculado à cor do laço, que simboliza a luta e prevenção contra o Câncer de Mama. Iniciou-se nos Estados Unidos, onde posteriormente foi aprovado pelo Congresso Americano o mês oficial da prevenção do Câncer de Mama.
No Brasil, a campanha se iniciou quando o monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista, em São Paulo no ano de 2002, foi iluminado pela cor rosa, em comemoração aos 70 anos do encerramento da revolução. Aos poucos o Brasil se iluminou, como no ano de 2008, quando o Cristo Redentor no Rio de Janeiro foi aderido à campanha. 

O que é o Câncer?
É o crescimento desordenado de células que invadem diferentes tipos de tecidos, podendo se espalhar pelo corpo todo (metástase). São células com alto poder de divisão celular (mitoses), sendo muito agressivas e progridem formando os tumores ou chamadas também de neoplasias malignas. 
Há também a formação de tumores benignos, que são apenas um agrupamento de células que não fornecem perigo ao corpo em geral.

O que é o Câncer de Mama?
Como o nome já nos remete, o Câncer de Mama afeta as mamas, que são glândulas formada por lobos, que basicamente se dividem em lóbulos e ductos mamários. É um tumor maligno, onde as células começam a se dividir descontroladamente.

Estatisticamente falando...
O Câncer de Mama é o tipo de câncer que mais afeta as mulheres no mundo inteiro. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que no período entre 2014-2015 sejam diagnosticados 57.120 novos casos de Câncer de Mama no Brasil com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres. De cordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a proporção de Câncer de Mama em homens e mulheres é de 1:100, ou seja, para cada 100 mulheres apenas 1 homem terá a doença, mas veja bem, isso não quer dizer que o homem não deva se prevenir.

Tipos de Câncer de Mama
Existem diversos tipos de Câncer de Mama, que se manifestam de diferentes formas. Os critério de classificação podem ser: se o tumor é invasivo ou não, o tipo histológico, a avaliação imunoistoquímica e sua extensão. A junção das principais características faz com que o médico indique o melhor tratamento no menor tempo possível.
  • Tumor invasivo ou não: o Câncer de Mama não invasivo (in situ) é aquele que não se espalha para outros órgãos, sendo que as células cancerosas se concentram apenas no nódulo. Em contraposição, há o Câncer de Mama invasivo que é quando a membrana que envolve a célula cancerosa se rompe e invade o organismo. Todo Câncer de Mama in situ pode se transformar em um invasor.
  • Avaliação imunoistoquímica: são tumores que possuem receptores hormonais. Cerca de 65 a 70% dos Cânceres de Mama tem esses receptores. Existem 3 tipos de receptores para esses casos: o de estrógeno, o de progesterona e o HER-2 (receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano). Esses receptores fazem com que o determinado hormônio seja atraído para o tumor, se ligando ao receptor e fazendo com que essa célula maligna se divida.
  • Tipo Histológico: "nome e sobrenome do câncer". São eles: 
  1. Carcinoma ductal in situ: é o tipo mais comum de Câncer de Mama não invasivo. Caracteriza-se por afetar os ductos da mama, além de possuir um ou mais receptores hormonais na superfície das células.
  2. Carcinoma ductal invasivo: Também afeta os ductos da mama, porém, diferentemente do in situ, este tumor pode invadir outros tecidos, por meio de veias ou vasos linfáticos. Possui um ou mais receptores hormonais na superfície das células.
  3. Carcinoma lobular in situ: se origina nas células dos lóbulos mamários e não invade outros tecidos. Representa cerda de 2 a 6% dos casos de Cânceres de Mama.
  4. Carcinoma lobular invasivo: também se origina nas células dos lóbulos mamários, porém pode invadir outros tecidos. Representa cerca de 10% dos casos.
  5. Carcinoma inflamatório: é a forma mais agressiva do Câncer de Mama. É raro e aparece em cerca de 1 a 3% dos casos. Geralmente não existe apenas um nódulo ou tumor. A paciente apresenta vermelhidão, inchaço na pele da mama, podendo também ter aparência de casca de laranja. A chance desse tipo de câncer se tornar uma metástase é grande.
  6. Doença de Paget: é um tipo de Câncer de Mama raro, que começa nos ductos e se espalha para a pele do mamilo e aréola. É caracterizado por alterações na pele do mamilo, vermelhidão, irritação local, descamação e prurido. O tratamento requer, normalmente, uma mastectomia.
  7. Tumor filioide: extremamente raro que se desenvolve no estroma da mama. São geralmente benignos, mas podem ser malignos em casos excepcionais. Muitas vezes a cirurgia pode ser o único tratamento e no caso de infiltração em outros tecidos pode ser tratado com uma quimioterapia.

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Fatores de risco
Não há uma causa única para o Câncer - de mama ou geral - mas podem ser avaliados alguns casos como:
  • Histórico familiar: sendo um fator de risco não modificável para o Câncer de Mama, o qual mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que tiveram a doença antes dos 50 anos podem acarretar a doença.
  • Idade: Mulheres entre 40 e 69 anos são mais suscetíveis ao Câncer de Mama, devido ao fato de que o estrógeno está em ascensão nessa idade.
  • Menstruação precoce: devido ao fato de que no início da menstruação a taxa de estrógeno é produzida em escalas maiores. Quando a quantidade desse hormônio é alterada, facilita a proliferação de células mamárias, resultando em um tumor.
  • Menopausa tardia: segue a mesma lógica da menstruação precoce, pois enquanto a menstruação não para, o ovário continua produzindo estrógeno, fazendo com que as glândulas mamárias se proliferem desordenadamente.
  • Reposição hormonal: a reposição de esteroides, como estrógeno e progesterona, pode sim aumentar as chances do Câncer de Mama, afinal, na menopausa os tecidos estão sensíveis à esses hormônios, já que naturalmente sua produção deveria estar baixa.
  • Colesterol alto: é uma fonte de gordura que serve como base para a formação de estrógeno, ou seja, a relação colesterol-estrógeno aumenta o risco do Câncer de Mama.
  • Obesidade: com a ajuda de enzimas, o tecido gorduroso das mamas começa a atuar como uma fábrica de produção hormonal, convertendo a gordura em estrógeno.
  • Ausência de gravidez: mulheres que não engravidam não amamentam, ou seja, na amamentação as taxas de estrógeno diminuem na corrente sanguínea, devido ao estímulo das glândulas mamárias.
  • Lesões de risco: alterações na mama, como pequenos cistos ou calcificações, por mais que benignas, devem manter a mulher em intensa atenção.
  • Tumor de mama anterior: pacientes que já tiveram o Câncer de Mama são mais suscetíveis a apresentar um novo tumor, que será denominado câncer recidivo.

Sintomas 


Quando em estágio inicial, a maioria dos tumores da mama não apresentam sintomas. Se o tumor já estiver perceptível ao toque, significa que ele tem em média 1cm³, já sendo considerado uma lesão muito grande. Por isso é importante o autoexame desde cedo e conforme o avanço da idade (a partir dos 40 anos), é necessária a mamografia anualmente.

Tratamento
Existem diferentes tipos de tratamento para o Câncer de Mama podendo ou não ser combinados. O que determina o melhor tratamento pode ser: a presença ou ausência de receptores hormonais, o estadiamento do tumor (metástase ou não), o estado de saúde do paciente, que irão interferir na qualidade de vida de forma rpositiva ou negativa. 
Os tratamentos para o Câncer de Mama podem ser de terapia local (cirurgia total ou parcial e/ou radioterapia) e terapia sistêmica (quimioterapia, hormonioterapia e/ou terapia alvo).

Possíveis complicações
Uma das possíveis complicações está no Câncer de Mama recidivo, que é a volta de um tumor já tratado anteriormente. Isso pode acontecer nos 2 ou 3 primeiros anos após a retirada do primeiro tumor, por isso é necessário a realização da mamografia em intervalos de 6 em 6 meses ou anualmente. 
Há também possíveis efeitos colaterais, como a necessidade do acompanhamento médico a fim de evitar o rompimento dos pontos e necrose dos tecidos. Além de danos físicos e psicológicos.
Durante a quimioterapia a mulher pode ter queda de cabelo, diarreia, náuseas, infecções bucais e baixa imunidade temporária. Alguns tratamentos podem afetar ainda o sistema cardiovascular e o sistema reprodutor.

Prevenção
A prevenção do Câncer de Mama pode ser divida em primária (hábitos saudáveis) e secundária (exames de rastreamento).
Exercícios Físicos ajudam a reduzir tu as taxas de estrógeno, que é um hormônio intimamente relacionado com o Câncer de Mama. Além de diminuir o estresse e controlar o peso que também são fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
A amamentação ajuda a reduzir cerca de 5% dos casos de Câncer de Mama, pois é nesse momento em que são estimuladas a glândulas mamárias, diminuindo a quantidade de estrógeno na corrente sanguínea.
Uma dieta balanceada previne doenças e melhora a saúde geral do corpo. Mulheres que consomem vegetais tem 45% menos chances de desenvolver Câncer de Mama.
O consumo de álcool aumenta as chances do Câncer de Mama em 30%, por isso é bom evitá-lo.

Autoexame
O realização do autoexame é de extrema importância na detecção de um possível tumor. Porém, a medicina evoluiu, encontrando novas e mais eficazes maneiras para verificar a presença de um tumor. O autoexame continua sendo sim muito valioso, entretanto, se já é possível senti-lo, significa que esse tumor não está mais numa fase inicial e as chances de cura não são mais 100% eficazes.

Mamografia
É um exame de raio-x, na qual a mama é comprimida entre duas placas de acrílico para melhor visualização. É fundamental, pois consegue detectar nódulos mesmo em estágio inicial, aumentando a chance de cura se descoberto com antecedência. Segundo a revista Radiology, a realização da mamografia anualmente reduz em até 30% os casos de Câncer de Mama. Em casos duvidosos, a mamografia pode ser associada a uma ultrassonografia, como por exemplo em mamas jovens.

Câncer de Mama em jovens 
O Câncer de Mama em mulheres jovens não é comum, mas associando idade precoce da menarca e maior índice de gordura corporal, com um aumento na taxa de estrógeno, pode haver sim a incidência de um tumor.
Cuidados essenciaisse toque, afinal você precisa conhecer suas mamas e perceber caso haja qualquer alteração na forma e aparência. 
Fique atenta! Se já existem casos de Câncer de Mama em sua família, provavelmente será necessária a mamografia antes mesmo dos 40 anos, devido a fatores hereditários.

Convivendo/Prognóstico
Há diversas maneiras de melhoria em relação aos efeitos físicos e psicológicos proporcionados pela doença, tais como:
  • Fisioterapia - proporcionando alívio da dor e reduzindo a necessidade do uso de analgésicos.
  • Nutrição - ajudam a evitar efeitos colaterais como náuseas.
  • Exercícios físicos - aumenta a disposição, a autoestima e a energia vital.
  • Sexualidade e sensualidade - durante o Câncer de Mama ocorre a diminuição do libido, alterações hormonais que influenciam diretamente no comportamento sexual. Procure conversar com seu parceiro, oncologistas e até mesmo um psicólogo.
  • Cuidados com a autoestima - não se renda à queda dos cabelos, pois tenho certeza que seu brilho dos olhos sempre foram o que mais chamaram a atenção de todos.
  • Administrando sentimentos - altos e baixos são normais no cotidiano, então entenda que haverão dias melhores que outros, mas permita-se!
  • Conversando com os filhos - a pessoa mais indicada para contar sobre esse momento de fragilidade é você, esteja preparada para ouvir questionamentos e até mesmo lágrimas.
  • Conversando com o companheiro - tenha uma conversa franca sobre os possíveis empecilhos, ele é uma das pessoas de maior confiança. 

Enfim, o Câncer de Mama pode ter mudado a vida de milhares de mulheres e famílias no mundo inteiro, mas não se entregue a ele, pois você é mais forte e guerreira que tudo isso. Ame-se mais e entregue seu coração todos os dias ao sol que nasceu mais uma vez pra te ver brilhar.


Fontes: http://www.mulherconsciente.com.br/cancer-de-mama/sobre-o-cancer/
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGL5Yh4brwpCug9qZc127Ic4FLjso0X5UchQIBv_eJeG-HLF46AuRNhosHgir1DTkzbC0nwbm7nZX1zc7lk8fliEGM5LIVgYOn2UvlUd8nGWcdwpZjiJhi9JbisKOkqVV7icKDWILxW6_F/s640/Outubro+Rosa_2015.jpg
http://outubrorosa.org.br/historia/
http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-mama
http://www.mulherconsciente.com.br/cancer-de-mama/sobre-o-cancer/
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/principais-dados-estatisticos-sobre-o-cancer-de-mama/6562/34/
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-de-mama-em-jovens/1384/34/
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyorAfElkejtYtR8a7bAOWB9dkaxSIjPsgXxv4TlA6XquqgfPCfttb-vEI5pjco-rzkkEBahSn9oB_BszA23X4RXBkD3msACEV5HVLF5R48v0mc6HEsH_k4s2BZBaYcES6HxHO1s0JTKB5/s1600/personal+pessoal+cancer+cancro+cancro+da+mama+breast+cancer+pink+october+outubro+rosa+beat+cancer+go+pink+the+juicy+glambition+blog+blogger+canon+600d+awareness+symptoms+sintomas.png

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