COVID-19: Entenda de uma vez!
O (SARS‐CoV‐2), ou melhor dizer, a síndrome respiratória aguda grave, assim nomeada pela organização mundial da saúde (OMS) é causada pelo Coronavírus. Ok! Mas o que, nós, da área da saúde devemos saber a respeito?
Veja bem, não estamos falando sobre higiene básica, precisamos ir mais a fundo do que a mídia nos propõe, precisamos entender como nosso organismo reage a esse invasor.
Origem: As pesquisas recentes relatam sua origem a partir de morcegos por causa da semelhança na sequência genética quando comparados a outros CoVs. O hospedeiro intermediário ainda é desconhecido.
Estruturalmente: Os CoVs são um grupo altamente diversificado, envelopado, de fita simples e com sentido positivo. Eles causam diversas doenças, não somente respiratórias, mas também entéricas, hepáticas e neurológicas.
Quimicamente: A proteína S é quem medeia a ligação do receptor e a fusão de membrana, ela é fundamental para identificar a capacidade de transmissão. Essa proteína é dividida em dois domínios sendo S1 responsável pela ligação com o receptor e S2 responsável pela fusão da membrana.
A angiotensina 2 (ACE2) é a enzima utilizada como receptor celular para o SARS-COV.1 e 2. Ou seja, as células que a expressam se tornam um alvo para a possível ligação.
É devido a essa ligação, a essa alta afinidade, que a propagação do vírus é facilitada.
Epidemiologia: O período médio de incubação do vírus é de 5 dias (variação de 1-14), e os sintomas em 95% dos pacientes foram apresentados em cerca de 12.5 dias (média). Isso sugere uma quarentena de 14 dias aproximados em observação. No entanto, houve um caso assintomático em que o período de incubação foram de 19 dias, e isso é o que dificulta como podermos combater o surto.
Obs.: O vírus foi detectado até mesmo em lágrimas.
Recursos clínicos: A média da idade dos pacientes atingidos varia de 49-59 anos, sendo apenas alguns casos em crianças abaixo de 15 anos. Mais da metade dos diagnosticados são do sexo masculino e cerca de metade dos pacientes tinham outras condições médicas coexistentes como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares e nesses casos em específico o vírus acaba sendo mais fatal.
Sintomatologia: Varia desde assintomática à doenças respiratórias graves. Os principais sintomas incluem febre, fadiga, tosse seca, mialgia e dispneia. Já os sintomas incomuns incluem: produção de escarro e diarreia.
Classificação: De acordo com os sintomas os pacientes podem ser classificados em estado leve, grave e crítico.
Os pacientes classificados como leves tem ou tiveram pneumonia leve. Os graves possuem diversos problemas respiratórios, incluindo dispneia, frequência respiratória ≥ 30/min. Já os críticos apresentam diversas situações de insuficiência respiratória, choque séptico e disfunção múltipla dos órgãos. Representação na tabela abaixo:
Laboratório: Os achados laboratoriais incluem leucopenia e linfopenia. Lactato desidrogenase e creatinina apresentam elevadas.
Metade dos pacientes apresentam função hepática anormal, aumentando TGP. A maioria dos pacientes apresentou níveis séricos normais de procalcitonina, mas com proteína C reativa elevada.
Alguns estudos também apresentaram as alterações das citocinas no soro dos pacientes, sendo encontradas elevadas as seguintes: IL-IB, IL-7, IL-8, IL-9, IL-10, fatores de crescimento, interferon γ, TNF-α,
O aumento dessas citocinas prova que está ocorrendo o início da resposta imune, o que pode acarretar a danos pulmonares já identificados na radiologia.
Infelizmente, devido aos raros números de biópsia feitas, as questões patológicas ainda são pouco abordadas. A principal descoberta da biópsia feita na autópsia foi o dano alveolar difuso bilateral com exsudatos fibromixóides e infiltrados inflamatórios mononucleares intersticiais (linfócitos).
Células sinciciais multinucleadas com pneumócitos aumentados, citoplasma granular e nucléolos proeminentes foram encontrados nos espaços intra-alveolares mostrando alterações no citoplasma da célula.
Diagnóstico: o RT-PCR tem sido um dos principais testes de diagnóstico clínico laboratorial. O resultado positivo, com coleta a partir de swab da garganta, foi relatada em cerca de 60% no estágio inicial. Assim, os resultados obtidos pela PCR devem ser mais cautelosos. TC (tomografia computadorizada) também pode ser utilizada como meio diagnóstico e apresenta-se mais efetiva do que o PCR.
Devido a alta demanda, o diagnóstico tem sido feito principalmente por sintomas típicos e histórico de exposição.
Tratamento: Por hora o melhor tratamento é a prevenção, controlando as fontes de infecção, cortando a transmissão e protegendo os mais suscetíveis. #EmCasa (Mas até quando?)
FONTE (e tradução): https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/jmv.25766
Por: @c_infante
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